domingo, 14 de setembro de 2008

Meus tesouros

São graças do Senhor, esses meus (teus) tesouros, são lírios que desabrocham numa tarde chuva, são teus esses meus tesouros, são os seios que pedi a Deus. Serão meus olhos que enamorados por tais monumentos. Se curvam numa vénia de vaidade e contemplação, são elevações que acima do nível do mar se erguem para lá do meu desejo.
São vidas que alimentam, são pecados que atormentam, são dedos que chamam por lhes tocar, são lábios que morrem em prol de os beijar.
São meus tesouros, o que mais precioso tenho, são teus seios, são setas do Cupido que adoçam meu desejo, são altares de pecado, são fontes de inspiração, são raios que florescem e não se esquecem, são pétalas que tingem o olhar, são virgens a cada manhã, são solo sagrado por profanar, são focos de incêndio por deflagrar.
São meus tesouros tais ouros, tais luas por descobrir numa qualquer tela de cinema.
São tudo o que tenho na vida, são eles os meus tesouros.


Pedro Lopes

Salivo por te comer

Comer teu fruto proibido
Em beber na jazida do peito
Amar e ser amado em teu leito
Doces recordações inibido


Na arte de me iludires
Com os contornos do teu corpo
De fazeres renascer um morto
Levas-me ao céu ao sentires

Meus olhos te copiam
Copiosamente hipnotizam
Com teu lindo peito eriçado


Poética aquela sensação
De querer meu ventre amado
Por te tocar no coração


Pedro Lopes

Quartos de hotel

Apetece-me ouvir-te dizer de novo: - Quero-te sentir. Aperta-me, aperta-me… Com força, força…
Pena que tudo passou, apesar do que nele se chorou.
As lembranças que ficaram, os quartos de hotel que nos abençoaram.
Parece que foi ontem na memória de hoje tão vivas, tão sentidas, porém ainda inibidas.
Os gemidos da cama que incomodavam os vizinhos. Que nos importava? Unidos pelo pecado continuávamos imunes, alheios a tudo.
Numa atmosfera de sedução olhavas para mim com ambição, na hora que reclamavas para ti meu corpo. Sem poder dizer “não” deixava-me levar por tuas mãos, dedos e lábios e era tão bom viver as nossas fantasias.
As vezes me pergunto como seria se não te tivesse deixado partir naquela manhã de chuva, se ainda estaríamos juntos…


Pedro Lopes

Mulher furação

Mulher furacão que incitas à paixão
Teu corpo é como a seta do Cupido
Leve como o vento na noite gracejada
Doloridas as dores… as do sentimento
E esse teu sorriso que me deixa inibido
Pelo prazer, palavras ditas ao ouvido
Tudo se condensa num bater de coração
Na tua fornalha que pede mais carvão
Do êxtase sugando cada gota de suor
Clamando para que dê meu melhor
Com afoito. Não pedes, exiges!
Reclamando para ti a minha posse
Energia libertada, mulher amada



Pedro Lopes

A tua cama...

O paraíso que se esconde, à primeira vista parece uma qualquer dessas que encontramos por aí em montras da especialidade. Engano visual, pura ilusão de óptica.
Nos lençóis de cetim corre o perfume a jasmim que banha teu corpo, que nas tardes e noite de poesia.
Nos dias em que a chuva nos impede de sair mas não de te possuir…
Coberta de pétalas, o nosso ninho perfeito que sustenta o céu bem alto na pureza de um Amor imortal…
Na delicadeza dos contornos expostos de um corpo que vende jovialidade, que resplandece sedução, cujo toque incentiva a noites de muita paixão…
Cama, cama, palco de sismos com epicentro em ti, ancora do meu desejo…


Pedro Lopes

Ao teu corpo

Dourado pelo sol, com as marcas do teu biquini, como encanto para a minha vista , como tormento para o meu desejo.
Digno de uma pintura de Miguel Ângelo despes-te indiferente à minha presença. Tenho dificuldades em acreditar seres real, tal a exaltação da pura natureza que Deus em ti criou.
Atrais-me com o gosto do mel, sentindo em ti a brisa dos ventos de outros mundos, com o teu lado angelical que me revelas a cada suspiro de prazer.
Esse teu corpo perfumado pelo mar parece não ter idade tal a jovialidade que o tempo não desvaneceu.
A tua pele é como um vestido de alta-costura que voa ao vento que perdura…
Bela na novela que escrevemos por entre lençóis, tocados por hinos de Amor que só nós sabemos, por dedos entrelaçados, por bocas que se comem, por beijos que nos consomem… pelas noites que não se dormem, de pura fantasia num sorriso que nunca esquecerei… que nos leva e nos devolve ao mundo por caminhos de beleza, por fogos apagados que renascem em simples toques.
Teu corpo é meu sonhar é meu delirar, é meu sorriso de asas abertas…
E meu querer mais profundo, é meu… é meu, é todo meu, é lindo, é perfeito, é maravilhoso, é fantástico, é delicioso, enfim é simplesmente poético…


Pedro Lopes